Um esquema de fraude em compra e venda de imóveis por meio de financiamento pelo Minha Casa, Minha Vida, na cidade de Teotônio Vilela, a cerca de 120 km de Maceió, Alagoas, lesou a Caixa Econômica Federal em R$ 220 milhões.
Com a participação de donos de construtoras, contadores, funcionários da Caixa e falsos compradores, presos em uma operação nesta quinta, imóveis eram vendidos quatro ou cinco vezes, para pessoas diferentes.
O dinheiro do financiamento público caía direto na conta bancária das construtoras, que não entregava imóvel nenhum. As prestações para quitar a dívida com o banco também não eram pagas.O período das fraudes, investigadas pela Polícia Federal em Alagoas, ainda não foi divulgado, mas os detalhes de como ocorria o esquema surpreenderam os investigadores.
Organização do esquema:
De acordo com as investigações, moradores da cidade eram convidados por donos de construtoras a participar da fraude, disponibilizando seus nomes para a aquisição do imóvel. Muitos deles, porém, nem sequer preenchiam os requisitos para a aquisição, e alguns estavam desempregados na época da assinatura do contrato.
Para facilitar a negociata, há indícios de que os funcionários da Caixa tenham liberado os financiamentos imobiliários mediante o recebimento de vantagem indevida.
Contadores envolvidos no esquema, a pedido dos construtores, teriam confeccionado Declarações de Comprovantes de Rendas falsos com o objetivo de burlar as exigências do banco e, desta maneira, conseguir a liberação dos financiamentos.
Os compradores das casas aceitaram a negociação porque lhes foi prometida uma vantagem financeira (valores de R$ 1.000,00 a R$ 3.000,00), para a compra das casas construídas.
Porém, como não receberam os valores, depredaram um conjunto residencial inteiro, no município de Teotônio Vilela, levando o caso à tona. Todos os detalhes da operação serão divulgados no final da manhã, em entrevista coletiva de imprensa, na sede da PF em Maceió.